Esqueça os hábitos e rotinas passadas, inclusive no meio empresarial. Esqueça a pandemia. Ela apenas deixou escrachadas as mudanças nos negócios, nas demandas, nos mercados, nas formas, na tecnologia. Mais do que nunca, reduziu a distância entre a empresa e seus clientes. Isto requer visão, capacidade analítica e abertura mental para antecipar necessidades, demandas e desejos e, a partir disso, ajustar o negócio, a empresa e suas operações.
Aos agentes operacionalmente ativos de governança – sócios + conselheiros + executivos – impõe-se a consciência e reação a isso, percebendo que é mandatório realinhar a aptidão corporativa o que, além de conhecimento e qualificação, requer desses agentes ativos adaptabilidade, criatividade e resiliência, consubstanciada em ação proativa, muito além das meras ideias, sugestões, opiniões ou votos. Desapareceu a evolução linear e passou a imperar a inovação disruptiva contínua, o que requer antecipação, flexibilidade e velocidade exercidos por toda a equipe dentro de um imperioso espírito cooperativo. Ações e sucesso individual perderam o lugar na história.
O passado perdeu a referência e relevância e deu lugar à reflexão, ao planejamento, ao monitoramento contínuo da realidade e operações. Mais do que nunca, o papel do Conselho de Administração tornou-se mais focado no desenho do futuro e na orientação e monitoramento dos atos executivos do que na avaliação do que foi feito e já passou. Isto impõe maior assiduidade e frequência de encontros e maior proximidade, interação e orientação da área executiva. Esqueça reuniões trimestrais ou rotineiramente mensais, bem como as estruturadas e programadas agendas anuais. Os comitês estratégicos e de crise crescerem em frequência. O mundo muda aqui e agora, e nele o executivo executa e os andares de cima – conselheiros e acionistas – planejam, orientam, acompanham e cobram. Não agir assim terá um preço enorme, provavelmente a morte do negócio.
Entre os 4 princípios básicos e sistêmicos de Governança Corporativa – transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa – relevância e holofotes passaram a estar, mais do que nunca, sobre “responsabilidade corporativa”, cuja essência é a de perenidade e criação de valor. Enquanto os outros 3 são atitudes e ações internas, bastando, portanto, praticá-las, a sustentabilidade e criação de valor dependem de um mundo sobre o qual não temos controle, apenas capacidade de adaptação. Quem viver, verá, e quem ver, viverá. Simples assim!
Telmo Schoeler
Fundador e Presidente
ORCHESTRA Soluções de Gestão